Incluir a Turquia na Europa seria, para os europeus, a idéia arrepiante de fazer fronteira com o Irã. Deixá-la de fora é deixar claros os arrepios da idéia de ter uma fronteira dessas. Hoje, o Sarkozy - sob quem viverei tempos incógnitos - apresenta sua mágica. Uma União Mediterrânea. Fora da Europa.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Retrospectivas 3: a Turquia
Incluir a Turquia na Europa seria, para os europeus, a idéia arrepiante de fazer fronteira com o Irã. Deixá-la de fora é deixar claros os arrepios da idéia de ter uma fronteira dessas. Hoje, o Sarkozy - sob quem viverei tempos incógnitos - apresenta sua mágica. Uma União Mediterrânea. Fora da Europa.
sábado, 18 de agosto de 2007
Retrospectivas 2: Estônia/Letônia
É que devem existir várias companhias aéreas que fazem Istambul-Moscou, mas a questão toda é que o fenômeno das low cost ainda não chegou nessa rota, e isso sairia fácil uns 400 euros. Então descobri a Air Baltic, que tinha preços de Sky Europe pro maior trajeto de toda a viagem, cortei um dia de Moscou e um de São Petersburgo e resolvi conhecer Riga, Letônia, e Tallinn, Estônia. Uma boa idéia.
Enfim independentes, após a 1ª Guerra Mundial e o fim dos impérios do Leste, não demorou para a União Soviética decidir se estender até o mar e aceitar, de coração aberto, proteger essas pequenas repúblicas indefesas, enviando para a Sibéria ou sumindo com vários bálticos azarados no processo. Na década de 90, com o fim da URSS e do tal socialismo real (às vezes real demais) esses países, aí sim independentes, como bons meninos, em menos de 10 anos aderiram à OTAN e à União Européia. Agora vai.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Retrospectivas 1: a Rússia
Curioso um uísque irlandês ter catalisado esta retomada das minhas impressões. No total, 15 países em 80 dias, ou, como é costume nesses casos, 79. E, sendo verdade que até pelas dificuldades com os teclados do oriente os últimos países foram os menos comentados, vou vindo em sentido contrário seguindo a própria trilha até chegar, como João e Maria, de volta nessa cidade mais exótica de todas chamada São Paulo.Depois de um mês numa Europa cada vez menos oriental, o que se vê nas velozes avenidas e grandes praças da Rússia são os sinais de que sim, você está num BRIC, um país prometido. Guardadores de carro ajudando a manobrar Audis e seguranças de terno deixando entrar apenas as pessoas certas nos GUMs e TSuMs, antigos postos de distribuição comunistas transformados em shoppings reluzentes (não, essa primeira foto na Praça Vermelha não é de um prédio público), nos dão a certeza de que a economia de mercado está mudando a vida desse povo tão reprimido. E embora meu Lonely Planet enfatize não poucas vezes que entrar nesses lugares é uma boa forma de acabar com a imagem dos russos fazendo fila para receber pão e manteiga, fica claro o erro de metodologia - falta o grupo de controle, quer dizer, na Nova Rússia ninguém está distribuindo nem pão nem manteiga. Compreende-se a ausência da fila.
Outra novidade de cruzar esse novo Muro da União Européia é encontrar sem querer um país com uma vida própria, quer dizer, onde os turistas devem integrar-se ao modo russo, e não o contrário. Isso dificulta a vida. Ao contrário do que acontece em Estônia, República Tcheca ou Croácia, não dá pra simplesmente pedir informação em inglês a qualquer transeunte, sem aprender nem o equivalente local de Vi gavarite pa angliski?. Eles não só não falam inglês (incluindo a New Generation que só se veste em inglês) como não fazem esforço nenhum pra te ajudar.
Quer dizer, aqui preciso fazer uma distinção que diz muito sobre quem são os russos e até pode ajudar a lê-los no futuro. Talvez por resquício de outros tempos que daqui procuramos esquecer e fazer com que eles esqueçam, um russo do qual você tente comprar uma mercadoria nunca vai se mover um milímetro além do necessário, e inclusive chegamos a nos perguntar quem, afinal de contas, é o interessado na transação. Não deveria ser o vendedor? - e isso mesmo quando estamos comprando algo que nos interessa muitíssimo, ou seja, esperamos um comportamento no mínimo de amabilidade forçada, numa palavra a helpfulness, definida na wikipedia como “(1) the property of providing useful assistance, and (2) friendliness evidenced by a kindly and helpful disposition [syn: kindliness]”. Algo entre a utilidade e a amizade.
Não o russo. O russo, se o que você procura não é exatamente o que ele vende ou faz, nem mesmo te indica a cabine de informações. ‘Nieto’ é tudo o que você consegue arrancar dele, até desistir e tentar descobrir sozinho o que fazer ficando 15 minutos decifrando placas em cirílico no processo. Contudo, se você conseguir minimamente quebrar essa relação e parecer uma pessoa que precisa de ajuda, e não um turista-consumidor, o russo vai com você até o outro lado da cidade, encontra um intérprete de uma língua comum e inclusive oferece pra pagar alguma coisa se você não tiver dinheiro. Sem perguntar pelo dólar no final.
Foi minha experiência numa última noite apelativa em Moscou, na qual decidi inconseqüente que não só iria ficar acordado até o avião das 7h35 como iria atrás de um bar numa quarta-feira, sem conhecer a cidade.
Recebi consecutivas ajudas dos garçons dos lugares vazios até achar um lugar com gente, dos russos bêbados que me indicaram a insanidade de tentar chegar no aeroporto com qualquer minuto menos das 2h de antecedência (não é exatamente uma democracia de mercado, e se o policial decidir que você tem que responder umas perguntinhas, o você perder o avião não é nenhum problema para ele), do taxista não-taxista (qualquer carro na Rússia é um táxi em potencial, basta estender a mão), de um rapaz bêbado no metrô e das vendedoras dos bilhetes do trem errado, no minuto em que elas acharam que o rapaz bêbado podia causar mais problemas do que ficar me seguindo com a garrafa. Me levaram até o quase-impossível-de-achar trem secundário pro aeroporto, que saía às 4h41 e não às 6h00, hora do primeiro expresso. Bem precário e pinga-pinga, mas cheio de russos de verdade e o suficiente pra me fazer chegar ao aeroporto às 5h50.
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
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quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Ia nie gavariu ruski
- Niet.
- Franzoski?
- Niet.
- Niemetzki?
- Tchu-tchu.
- Hm. Oder...
(24 horas e contando. Acho que voltando faço uma retrospectiva em sentido contrário. Agora, o prêmio de povo menos prestativo do mundo vai pros russos, com certeza.)
sábado, 4 de agosto de 2007
Aviso
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Letônia
Belo paisinho por aqui, nada de camadas geológicas de história, que entre Chaves, Portugal, e Efes, Turquia, estava que se eu visse uma ponte romana em São Petersburgo ia acabar me jogando dela.
(em tempo, ante que os novos sábios powered by google intervenham: não ia ter ponte romana em São Petersburgo)
O que vale por aqui é a história recente, mesmo, essa que não fica tão legal como fundo de foto, embora claro que turistas não costumem ter esses pudores e qualquer instrumento de tortura esteja valendo, depois de um certo tempo. Ou seja, hoje é museu da ocupação de Riga e bora pra outra cidade, também felizmente fora do circuito mochileiro. Talinn.